quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

EMPUNHADURA NO TÊNIS

Golpes certeiros, poderosos e com trajetorias exatas das bolas tem inúmeras combinação de muitos fatores para acontecer. Mas o começo de tudo se dá quando você segura sua raquete corretamente.

Não importa o quanto você gastou de tempo para achar uma raquete com uma cabeça que você goste, a parte mais importante fica abaixo da cabeça e se dá quando você a segura de forma correta, a escolha da empunhadura para execução de cada golpe muitas vezes é negligenciada por muitos tenistas e deve ser a base para um bom desenvolvimento do esporte.
Onde você posiciona sua mão no octógono tem um impacto enorme em cada bola que você bate. A posição em que segura afeta o ângulo da cara da raquete, onde você faz o contato com a bola, e finalmente do ritmo, da rotação, e da colocação de seu tiro. A dificuldade em escolher a empunhadura está em determinar direito qual usar para cada golpe particular. O fato é, não existe uma empunhadura exata e perfeita determinada, cada uma tem suas vantagens e limitações. Mas algumas são claramente melhores para determinados golpes e estilos de jogo do que outras. Este guia ajuda você a pegar melhor na sua raquete.

AS EMPUNHADURAS

Há várias maneiras de explicar como encontrar uma determinada empunhadura, mas o mais simples e o mais confiável é usar a junta baixa de seu dedo indicador como o ponto de referência principal. Os diagramas para cada empunhadura mostram a vista inferior do cabo da raquete (onde o tampão do fabricante é colocado), que tem quatro lados principais e quatro chanfros mais estreitos entre os lados.

EMPUNHADURA CONTINENTAL

A continental é uma empunhadura que você pode usar para todo golpe, é usado como prática padrão desde os dias de calças e saias longas. A continental é usada de início para saques, voleios, overheads, slices, e golpes defensivos. Encontre o continental pondo a junta baixa de seu dedo indicador sobre o chanfro no. 1, que põe o V criado por seu polegar e indicador sobre o alto do cabo. A junta do dedão fica sobre sobre o chanfro no. 4.

VANTAGEM:
Bater com a empunhadura continental no saque e em overheads em geral é padrão, porque permite que seu antebraço e pulso fiquem naturalmente pronados através do contato. Isto resulta em um golpe mais explosivo e mais versátil com menos quantidade de stress no braço. Este também é o aperto preferido em voleios desde que usando a cara da raquete ligeiramente aberta para ter o underspin e o controle. Não necessitando ter as mãos modificadas rapidamente na rede, ela pode ser usada para os voleios de forehand e do backhand que são também cruciais nesta empunhadura. Como mencionado, a empunhadura afeta o ângulo da cara da raquete. Quanto mais fechada é a cara, mais elevado e mais distante na frente de seu corpo sua zona da batida deve ser, para que o contato apropriado aconteça. A cara da raquete é relativamente quadrada na empunhadura continental, isso porque os golpes são aferidos abaixo da zona de ataque em relação ao corpo. É por isso que ela pode ser útil em golpes defensivos, bolas baixas, e bolas profundas (laterais ou deixadas) que você esteja atrasado e que consiga apenas esticar o braço para levantar de baixo a bola e passar para o outro lado.

DESVANTAGEM:
Você pode bater reto ou com slice usando a continental, mas é duro colocar topspin na bola com essa empunhadura. Isso significa que bater com força e manter a bola no jogo requer que você mire seus golpes muito rente a rede, dando-lhe pouca margem para o erro. E sem essa rotação de segurança(topspin), retornar uma bola fora de sua zona de batida pode ser difícil. Assim a falta da consistência é frequentemente um problema.

PROFISSIONAIS QUE MAIS USAM:
Virtualmente todos, em saques e em voleios.

Pete Sampras, um bom exemplo do uso da Continental: seu desconforto para bater os forehands de fundo era compensado com muita habilidade na rede.


EMPUNHADURA EASTERN DE FOREHAND

Coloque a palma da mão de encontro às cordas e deslize-a para baixo até o cabo; ponha a raquete sobre uma mesa feche seus olhos e a pegue. Estes são somente alguns dos truques que você pode usar para encontrar a empunhadura eastern de forehand. A maneira mais técnica é segurar a raquete na empunhadura continental e girar no sentido horário sua mão (no sentido anti-horário para canhotos), de modo que a junta baixa de seu dedo indicador deslize sobre um chanfro.

VANTAGEM:
Esta é geralmente considerada a empunhadura mais fácil para aprender o forehand. Ela é versátil, permitindo que o jogador “escove” para cima a parte traseira da bola para gerar o topspin ou “chapar” para fora do tiro gerando mais velocidade e penetração. É fácil de comutar rapidamente entre outras empunhaduras, tornando-se uma escolha sábia para os jogadores que querem ir a rede.

DESVANTAGEM:
A zona da batida é mais elevada para fora e mais distante na parte dianteira do que com a empunhadura continental, mas ainda não é uma grande opção para retornar batidas de alto nível. A eastern de forehand pode ser muito poderosa e penetrante, mas por tender a ter uma trajetória mais reta pode também ser inconsistente, sendo difícil de se sustentar em rallies longos. Esta não é a melhor escolha para os jogadores que optam por colocar muito topspin sobre seus tiros e sobreviver aos seus oponentes.

PROFISSIONAIS QUE MAIS USAM:
Tim Henman, Lindsay Davenport.

Roger Federer possui empunhadura muito próxima da Eastern, o que lhe possibilita golpear bolas mais chapadas e se ajustar facilmente para os voleios.


EMPUNHADURA SEMI-WESTERN DE FOREHAND

Movendo sua junta do indicador mais um chanfro no sentido horário (no sentido anti-horário para canhotos) da empunhadura eastern de forehand está a empunhadura semi-western. Esta transformou-se a empunhadura que prevalece para ser usada em golpes potentes da linha base por parte do profissionais, e muitos professores profissionais também estimulam seus alunos a usar este tipo de empunhadura nesta posição da quadra.

VANTAGEM:
A empunhadura semi-western permite que um jogador aplique mais topspin à bola do que a empunhadura eastern de forehand, dando ao tiro uma segurança e um controle maior, especialmente em lobs com topspin e em ângulos curtos. Você ainda pode se dirigir a bola com esta empunhadura para bater com um movimento “chapado” e tentar um winner(bola vencedora) ou uma passada. Essa empunhadura também lhe dá o recurso de fazer um swing maior que ajudará a dar mais topspin na bola. Com uma zona da batida mais alta e mais distante para fora e na frente do corpo do que na eastern forehand, Ela é boa para controlar e ser agressivo com bolas de alto nível.

DESVANTAGEM:
Você pode ter problemas para retornar bolas baixas com essa empunhadura. Ela fecha naturalmente a cara da raquete, forçando-o a fazer o swing debaixo da bola, e por isso pode ser difícil retornar bolas mais baixas. Isto, aliado a ter que fazer uma significativa mudança para a empunhadura continental na execução de um voleio, é o motivo pelo qual muitos dos jogadores de potentes golpes da linha base raramente sobem a rede para volear.

PROFISSIONAIS QUE MAIS USAM:
Marat Safin, Svetlana Kuznetsova

Não tão "virada" quando à Western, a semi-Western dos golpes de fundo de Andy Roddick faz com que suas batidas tenham firmeza e regularidade.


EMPUNHADURA WESTERN DE FOREHAND

Saindo da empunhadura empunhadura semi-western, desloque sua junta mais um chanfro no sentido horário (no sentido anti-horário para canhotos), e você terá uma empunhadura western de forehand perfeita. Olhando para baixo na raquete, sua junta deve estar no lado de baixo. Isto põe sua palma da mão quase completamente sob a raquete. Jogadores especialistas em piso de saibro e que gostam de bater com bastante topspin usam a seu favor esta empunhadura.

VANTAGEM:
Esta é uma empunhadura que coloca extremo efeito sobre a bola. A posição do pulso força o raquete a “chicotear” severamente acima da parte traseira da bola, gerando o tremendo topspin. Você pode bater a esfera bem acima do nível da rede e ainda colocar a bola dentro da quadra. O tiro resultante terá geralmente um salto elevado e explosivo, empurrando seu oponente atrás da linha de base. A zona da batida é mais elevada e mais distante para fora da linha base do que das outras empunhaduras de forehand. A habilidade de controlar bolas de alto nível é o que faz esta empunhadura ser popular com tenistas do saibro e juniores.

DESVANTAGEM:
As bolas baixas podem ser assassinas. Iste é motivo dos profissionais com esta pegada geralmente não se dão bem em superfícies mais rápidas, onde a bola permaneça baixa após o pulo. Também porque, necessita-se de extrema velocidade da cabeça da raquete e força tremenda do pulso para gerar o ritmo adequado e girá-lo. Se não, seus tiros serão curtos e seus oponentes podem atacá-los. Para alguns, é também difícil de “chapar” para fora os golpes, assim colocar as bolas afastando delas transforma-se em um problema. E apenas uasndo a semi-western, a transição para a rede fazendo um voleio eficaz é um grande desafio.

PROFISSIONAIS QUE MAIS USAM:
Rafael Nadal, Amelie Mauresmo

O grip Western de Rafael Nadal ajuda-o a criar o seu poderoso topspin de fundo de quadra e além dar-lhe suporte para os contra-golpes.


EMPUNHADURA WESTERN EXTREMA

O principal fator de surgimento desta empunhadura tão radical foi, sem dúvida, a iniciação mais precoce no tênis, pois ela permite que se golpeie mais facilmente bolas acima dos ombros - altura mais comum que os jovens tenistas são obrigados a bater. É o quique alto da bolinha que faz com que as crianças busquem esta alternativa na hora de golpear.
Assim, este grip acaba sendo muito usado, apesar das dificuldades que gera - especialmente quando se joga em alto nível - com as bolas baixas. O giro excessivo da bolinha faz com que os tenistas que utilizam esta empunhadura se transformem em jogadores extremamente regulares, mas, geralmente, sem poder de definição. A distância deste grip para os ideais para os voleios reduz drasticamente a quantidade de bons voleadores.
VANTAGEM
Boa pegada para Drives, Passadas e Lobes ofensivos. Para jogadores com estilo de jogo com regularidade de fundo, com muito topspin. Facilita golpear bolas altas acima do ombro.
DESVANTAGEM
Ruim para Winners e Variação, péssima para Toques e proibida para os outros Golpes. Dificulta muito para golpear bolas baixas e rasantes. Está muito longe do ponto de contato para voleios e smaches. Dificulta tambem para golpes chapados causando dificuldades nas definições mais agressivas.


PROFISSIONAIS QUE MAIS USAM:
Novak Djokovic

fotos: Ron C. Angle/TPL e Ella Ling/RCA Production
Novak Djokovic, muitas vezes, apela para a Western extrema em seu forehand, para manter a regularidade. Com seu talento, contudo, ele consegue definir as jogadas.


EMPUNHADURA EASTERN DE BACKHAND

Sainda da empunhadura continental, desloque seu chanfro da junta do indicador no sentido anti-horário (no sentido horário para canhotos) e aí está uma empunhadura de alto nível. Se você perfurasse um prego através dessa junta de seu indicador, atravessaria exatamente para o lado direito do cabo (mas não tente fazer isso em casa).

VANTAGEM:
Da mesma forma que a eastern forehand, esta é um empunhadura versátil que fornece estabilidade boa para o pulso. Você pode rolar a bola com slice ou batê-la direto para um golpe mais penetrante. Alguns jogadores podem dar slice com a eastern, mas se não é o seu caso uma mudança tênue de empunhadura para o continental é bastante fácil de executar rapidamente. Este aperto também pode ser usado para um saque “patada”, e fazer à transição à rede muito bem para voleios com suavidade.

DESVANTAGEM:
Enquanto ela é sólida para o tratamento de bolas baixas, a empuunhadura eastern backhand não é ideal para bater tiros com topspin na altura dos ombros. Pode ser difícil controlar estas bolas, e muitas vezes um jogador é forçado a dar slices defensivos. Você pode ver mais frequentemente esta empunhadura sendo usada quando os saques “patada” são devolvidos por jogadores que saltam acima da zona de batida.

PROFISSIONAIS QUE MAIS USAM:
Roger Federer, Lisa Raymond


EMPUNHADURA EASTERN EXTREMO OU SEMI-WESTERN
DE BACKHAND

A resposta de backhand com a western forehand (a razão pelo qual alguns se referem a esta empunhadura como um backhand semi-western), a junta baixa de seu dedo indicador move-se um chanfro no sentido anti-horário do eastern backhand (no sentido horário para canhotos). Esta é uma empunhadora avançada que somente jogadores mais fortes e mais talentosos tendam a usar.

VANTAGEM:
Juntamente com a empunhadura western forehand, esta é uma escolha muito popular entre os jogadores do saibro. Fecha naturalmente a cara do raquete mais do que um western backhand normal e move a zona da batida para mais alto e mais distante fora e na frente de você, fazendo-a mais útil para bater bolas elevadas e a retorná-las com topspin. Alguns dos mais potentes backhands no tênis são prendidos com esta empunhadura.

DESVANTAGEM:
Suas limitações são similares àquelas do western forehand. Não é bem sucedidas para bolas baixas, e também é extremamente difícil de fazer mudanças rápidas para uma transição à rede. Os jogadores com este aperto geralmente têm swings longos, elaborados e preferem ficar na linha de base.

PROFISSIONAIS QUE MAIS USAM:
Gustavo Kuerten, Justine Henin- Hardenne


EMPUNHADURA TWO-HANDED DE BACKHAND

 Não tem como duvidar da popularidade desta empunhadura, mas existe algumas questões sobre a maneira ideal de como posicionar ambas as mãos. Uma das maneiras mais aceitáveis é a de prender a raquete em sua mão dominante com uma empunhadura continental. Então ponha a sua mão não dominante acima de sua mão jogando-a em uma empunhadura semi-western de forehand.

VANTAGEM:
Esta é uma escolha excelente para os jogadores que não são suficientemente fortes para bater um backhand com apenas uma mão. Com uma trajetória mais compacta do que o backhand com uma mão, o backhand com duas mãos confia na rotação do ombro e em um swing eficiente para fornecer potencia aos seus tiros. É particularmente eficiente nas devoluções de saque. É também bom para tiros baixos, e o braço extra deixam-o com mais força para “chapar” bolas que estão ao nível do ombro.

DESVANTAGEM:
Por ambas as mãos estarem na raquete, a segunda mão limita um maior alcance do jogador. Assim fazer qualquer coisa (defesa ou ataque) com movimento largos pode ser complicado, especialmente difícil de girar a parte superior de seu corpo quando esticado para pegar uma bola mais longe.A duas mãos também podem tornar-se dependentes do topspin. Bater bolas com um bom slice é muito difícil e isto é pouco natural com as duas mãos na raquete. Soltar a mão não dominante fora do raquete para bater slice ou o voleio é algo desconfortável para muitos jogadores está é a razão para muitos deles não irem para a rede.

PROFISSIONAIS QUE MAIS USAM:
Andre Agassi, Maria Sharapova

E aí, qual é a sua empunhadura?
Retirado do site http://www.lattinmedia.com.br/torneiosdetenis e do site http://www.revistatenis.com.br
Por Jon Levey/ Ilustrações por Craig Zuckerman/Tradução da Equipe Torneios de Tênis
Publicado em http://www.tennis.com/

2 comentários:

Claudia disse...

Gostei Guto, bem didático e com os conceitos muito bem explicados.

Anônimo disse...

Observar a junção do polegar e indicador (V),é a melhor e mais eficiente maneira de checar o "GRIP" de um jogador. Congelando a imagem, qualquer um, mesmo que não jogue tênis,descobrirá que o Nadal e Djokovic, usam Semi-western, como a maioria absoluta dos profissionais. Raros jogadores, como Thomas Muster, Alberto Berasategui,Anke Huber, Marcelo Charpentier, usaram no circuito, Western Radical ou Extreme ou Full Western como alguns denominam, para o topspin de forehand.Basta vê-los golpeando para observar algo "estra-nho", na execução.Poucos como Federer, Del Potro, Gasquet,e Stepanek usam Eastern de forehand para o efeito topspin. Aos interessados, tem video aula com Tony e Rafael Nadal, e também do Djokovic no YouTube.Espero ter ajudado, aos que ficam confusos com tantas instruções conflitantes que infestam a Internet. José, 23 de outubro de 2012.